terça-feira, 20 de novembro de 2018

POEMINHA DE AGRADECIMENTO


Pelo todo da minha obra,
Por sempre querer o certo
Do que a vida me cobra:
Buscar água no deserto

Para dar às cerejeiras
Ao repetir a canção
Que me veio de outras eiras
Em que emprestei minha mão.

Por perdoar as pessoas
Com suas ferozes palavras,
Por contestar as coroas
Das suas nefastas lavras.

Pelas noites não dormidas
Para fazer a lição
De maneira presumida
À total compreensão.

Por olhar as crianças
Pensando na que fui, um dia,
Votando-lhes esperanças
Numa vindoura alegria.

Pelo gesto desabrido,
De estender a minha mão
E pelo olhar dolorido
Procurando compreensão.

Pelo rigor da verdade
Sabendo-a transitória,
Refletindo a equidade
No fracasso e na vitória.

Por saber que a nossa vida
Não se resume ao sucesso,
Mas uma escarpa subida:
Avanço com retrocesso.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

TRISTEZAS


Tristeza finita perder um amor que partiu
Mas ficou dentro de si.
Tristeza infinita procurar o amor que ficou
Perdido dentro de si.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A PERDA


Mas foi um “adeus”, meu Deus, tão repentino
Que eu parei para olhar o céu parado
E nuvens lá boiavam, sem destino
Como meu coração mortificado.

Súbito sentimento clandestino
que repousara em mim, predestinado,
Agora se anunciava assassino
De um amor lentamente envenenado.

A perda é irônica e daninha
Não dá para mensurar ou envolver
Como se não fosse somente minha.

A perda vaga e imprecisa se aninha
Na compreensão absurda de perder
Aquilo que nunca soube que tinha.